26 junho 2017

Resenha: “Fios de Prata” - Raphael Draccon.

em 26 junho 2017

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Oiii pessoal!!!

A resenha de hoje é do livro
“Fios de Prata – Reconstruindo Sandman” do autor Raphael Draccon, publicado pela Editora Leya em 2012, contendo 352 páginas.


Fonte da imagem: https://www.amazon.com.br/

Sinopse: Mikael Santiago realizou o sonho de milhares de garotos. Aos 22 anos era o jogador brasileiro com o passe mais caro da história do futebol. Para muitos ele era um mito. Mas à noite seus sonhos o amedrontavam. Às vezes, o que está por trás de um simples sonho – ou pesadelo – é muito maior do que um desejo inconsciente. Há séculos, Madelein, atual madrinha das nove filhas de Zeus, tornou-se senhora de um condado no Sonhar, responsável por estimular os sonhos despertos dos mortais. Uma jogada ambiciosa que acaba por iniciar uma guerra épica envolvendo os três deuses Morpheus, Phantasos e Phobetor, traz desordem a todo o planeta Terra e ameaça os fios de prata de mais de sete bilhões de sonhadores terrestres. Envolvido em meio a sonhos lúcidos e viagens astrais perigosas, a busca de Mikael pelo espírito da mulher amada, entretanto, torna-se peça fundamental em meio a uma guerra onírica. E coloca a prova sua promessa de ir até o inferno por sua amada.

Pra quem gosta da temática parece, e é, um bom enredo. Ainda que algumas passagens tenham sido um pouco confusas e cansativas de se ler, especialmente no meio do livro, a trama é capaz de te prender. Mas ATENÇÃO, não leia esperando uma releitura de Sandman à sua imagem e semelhança. Draccon faz, sim, muitas mudanças no universo de Neil Gaiman. Aliás, que bom, né? Se for pra ler Sandman, nada melhor que ler Sandman… Mas voltando, as adaptações são necessárias para o desenrolar da trama e muito bem desenvolvidas, como as personalidades dos três deuses do Sonhar e a introdução de outras mitologias. Assim, Draccon cria sua própria identidade dentro desse estilo.
Como em boa parte dos enredos modernos, a história se desenrola em dois fios narrativos. Duas realidades que se cruzam e se relacionam de modo fantástico. Na primeira linha, o leitor se depara com o protagonista Mikael Santiago, popularmente Allejo, um brasileiro jogador de futebol que está se transferindo para um time da França; logo também entra a ginasta brasileira Ariana. No entanto, ele tem pesadelos diários em sonhos totalmente nítidos e marcantes. Na segunda linha, é apresentado o Sonhar com suas três divindades, Morpheus, Phobetor e Phantasos; onde uma conspiração se arma e surge a ameaça de uma guerra.
O que poderia ser um ponto fraco a princípio é como o nosso apaixonado protagonista pode parecer um tanto quanto sem sal, com uma personalidade fraca e meio “comum” demais. Pois bem, de fato o rapaz apelidado pelos fãs de Allejo parece ser um personagem raso, especialmente quando ele é tido como o predestinado a ser o grande salvador. Mais especialmente ainda quando comparado a sua namorada, Ariana, que tem personalidade e força de sobra. E é justamente essa discrepância entre os dois que faz a coisa toda ficar interessante quando ela se torna uma donzela que precisa ser salva e cabe a ele essa tarefa, para os papéis se inverterem na ÚLTIMA página. (Eu fiquei de boca aberta! Que trapaça do Draccon! Palmas pra ele! Clap! Clap! Clap!)
Enfim, o livro falha em alguns (poucos) pontos e às vezes a narrativa se perde, mas quem se interessa pela temática que Draccon se propõe a explorar deve colocar Fios de Prata - Reconstruindo Sandman na lista de próximas leituras. Vai valer à pena.

Trecho que amei:

“Tu inspiraste Rowling, e foi nas terras de Morpheus que se moldou Hogwarts. Tu inspiraste Tolkien, e foi nas terras de Phantasos que se anexaram as extensões de Terra-Média. Tu inspiraste Lovecraft e em minhas terras se fixou Miskatonic. Então eu te pergunto com sinceridade, anjo: até onde vai tua vontade de ser coadjuvante em um mundo de formas e pensamentos?”

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